sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Exata solidão

17 de agosto de 2007, 21hrs. Aeroporto de Paris, puxando uma mala vermelha gigante e pesadona. Indo para o Brasil, pela primeira vez da minha vida.
16 de agosto de 2017, 21hrs. Aeroporto de Rio de Janeiro, mochila nas costas, embarcando pra Paris.
Passaram 10 anos. Bom. Menos um dia. Aliás, acho que foi só de sacanagem comigo mesmo que comprei a uma passagem para o dia 16. Só para não fechar essa conta.
Em dez anos, a minha vida mudou bastante e deu imensas voltas. A maioria boas, muitas que não teria como contar... E que, de fato, ninguém acompanhou. Ninguém.
Nem eu.
Exata solidão.
Na fila dos passaportes, do lado dos estrangeiros.
Ainda não sei muito bem para onde estou indo...
Estou precisando fazer alguma coisa. Qualquer coisa. Tipo: sentar no chão, aqui, agora. Ou melhor: sair correndo, gritar, berrar, bater num vidro, quebrar tudo.
Só que não dá...
Dizem que o caminho vale sempre mais do que o fim. Já me contentei com isso.
Mas na ausência total de fim, eu fico me perguntando hoje se ainda existe algum caminho...

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